sábado, 27 de fevereiro de 2010

Música #2 - Trip hop

As batidas eram lentas, envolventes. O vocal acompanhava a lentidão acrescentando ainda suavidade, e pareceu impossível não sentir a música tocar em um outro nível, talvez ecoando dentro da cabeça, sintonizando os sentidos para aquela profundidade sonora. E eu descobria assim o trip hop.

Nunca simpatizei muito com musica eletrônica, nunca até ouvir gente que decidiu fazer música eletrônica em downbeat. Nada de tunts-tunts dançante, só um tunts-tunts gentil, calmo, muitas vezes melancólico que é o diabo. E o trip hop é isso, o uso de batidas eletronicas desaceleradas e lentas, parando lá embaixo.

Ele surgiu na década de 90 pros lados da Inglaterra, e hoje em dia tem até banda argentina fazendo trip hop. Volta e meia os filmes usam, as séries televisivas tocam, e até Big Brother Brasil já usou. Eu mesmo já tinha escutado e gostado sem saber que era trip hop.

Aliás, apesar de ter uma penca de grupos tidos como trip hop e a variedade interna ser grande, com estilos bem diferentes, sempre é trip hop: um tanto lento, envolvente, agradável. Um treco que vai fundo mesmo. Mesmo as mais rapidinhas tem esse efeito.

E depois que se dá nome ao boi, depois de escutar mais, depois de navegar por várias bandas, dá para sacar que grande parte do trip hop é um tanto romantico-depressivo. As vezes só depressivo mesmo. Parece emo, mas não é.

É o tipo de música que, no mínimo, dá para viajar sem sair do lugar e sem o uso de entorpecentes – aí vai de cada um. Por essa repetição temática, vale dizer que aqueles que consideram a depressão auto-estimulada uma arte, adoram trip hop... ou mesmo aqueles que precisam chorar as pitangas de um caso amoroso mal resolvido.



















Vale a pena conferir ainda Morcheeba, Lovage, Archive, Massive Attack, Cocteau Twins, entre outros.