E se o tempo for só quimera,
piada dum poeta?
Passado e Futuro unidos assim,
só o agora, o Presente sem fim?
Só.
E se a terra for estática,
besta, pura repetição?
Sem porque da vida
senão o porque da morte?
Eu passo e você também.
Aqui no chão é só vento
da imaginação e nós,
os filhos sem céu.
E se for?
E se essa multidão que corre,
trabalha e reza for indiferente?
Corpo indigente que jaz na valeta
de um cosmos em pulsação?
Sim, isso e só.
E se tudo for Nada?
E se?
E se...
O universo balbucia, apático,
O silêncio do acaso.
Eu, centelha descontente,
Tapo os ouvidos.
César Bueno Franco
Se não houver nada além da imanência, então passamos por bobos ao crermos na transcendência. Mas, se não haverá ninguém a nos cobrar, que mal há em ser bobo? Viva-se.
ResponderExcluirPor outro lado, se houver algo próprio da transcendência, então passamos por bobos por não tê-lo identificado. Nesse caso, há quem nos cobre e nos diga: - Bobos! Ou ainda: - Hereges!
Então por que não? Por que não sublimar a repulsa que você sente por Deus com uma espécie de convivência freudiana com Ele?
É meio paradoxal, mas admito que minha dúvida quanto a Deus e todo o resto não é diferente de qualquer fé.
ResponderExcluirOu seja, não há provas senão evidências, e sempre chega-se ao momento em que é dito 'foi assim e ponto final'. Seja no Eden ou no Big Bang.
Por isso, assim como dificilmente um ateu convenceria pela razão um crente a não mais ser crente, também descarto qualquer lógica da razão - mesmo com ares oportunistas ou psicanaliticos - como fonte última para passar a acreditar ou dar abertura à crença.
Quero dizer que não crer é tipo um feeling extremamente subjetivo, pelo menos no meu caso.