Os olhos insones encaram o teto, a dúvida já quase absoluta existe em secos socos: por quê?
Vem o refrão que diz que há tanto pra conquistar que não dá pra ficar aqui parado. Mas é tanto que, patético, a hesitação torna-se patente. Um receio agora de encontrar um depois que não encerre solução ou sentido.
Sentido, é essa a esperança desesperada das vísceras. E que se houver um, há de ser algo de sensível e não humano. E, havendo isso, todas as metáforas da morte chorada e acumulada nos segundos da vida valem-se e se poupam. Mas lá de Lisboa, em preto e branco, um poeta já adiantava o eterno temor: pode ser que tudo abrace o nada num contínuo indiferente de ilusões. Sentido como sonho de quem é só carne e vaidades.
Tanto, mas tanto para conquistar, e esses dias que desabrocham em desconquistas inéditas.
Os olhos insones encaram o teto e a escuridão dum nascimento. Sem saber se a norma é mesmo a tragédia velada, persiste a busca. Infante cósmico, tem necessidade crua: por quê?
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