Em cada esquina podemos encontrar um motivo para não se chocar com o material da reportagem(versão resumida).
Com cinco dias, alguns tramites burocráticos, e menos de R$500, tem-se uma igreja fundada. E não se faz vista grossa, então qualquer corpo doutrinário pode legitimar a criação de uma igreja; igualmente dispensável é tratar do número de fiéis, basta um que queira levar a papelada adiante.
O Estado não pode interferir, controlar ou sufocar assuntos de fé e crença, então a prática religiosa vai assim, rodando lisinha nos espaços jurídicos e institucionais. Nada mau para um Estado tão ciente das necessidades humanas transcendentais, não fosse o que a reportagem insiste em mostrar: apesar do módico dispêndio(5 dias e nem quinhentos paus), a igreja criada goza de privilégios consideráveis.
Não ferindo a lei, pode organizar-se como bem entender; seus ministros religiosos, apontados dentro dos próprios termos da igreja, são isentos do serviço militar obrigatório e tem direito a prisão especial. E o grande X da questão: a igreja tem todo seu patrimônio livre de uma pá de impostos que todos os filhos de Deus não-fundadores-do-templo-divino têm de pagar. É a principal vantagem material da abertura de uma igreja, destaca bem a reportagem.
Ou seja, é um treco que dá muita desconfiança. Quero dizer, há muita conveniência terrena por trás de uma igreja, tanta que fica difícil encontrar a sublime intenção de levar a palavra de Deus, seja qual for a palavra seja qual for o Deus. A vantagem implícita compromete a causa explícita. É como o homem que trai a esposa/namorada com várias outras mulheres, mas garante que só ama a esposa/namorada, enquanto as outras são coisas casuais, só sexo, imperativos incontroláveis do instinto. Enfim, conveniência tanta que só pode dar em suspeita.
E aí, para um ateu como eu (com o perdão da rima), fica a questão de saber onde é mais problemático depositar a fé: em Deus ou em quem fala por ele.
Com cinco dias, alguns tramites burocráticos, e menos de R$500, tem-se uma igreja fundada. E não se faz vista grossa, então qualquer corpo doutrinário pode legitimar a criação de uma igreja; igualmente dispensável é tratar do número de fiéis, basta um que queira levar a papelada adiante.
O Estado não pode interferir, controlar ou sufocar assuntos de fé e crença, então a prática religiosa vai assim, rodando lisinha nos espaços jurídicos e institucionais. Nada mau para um Estado tão ciente das necessidades humanas transcendentais, não fosse o que a reportagem insiste em mostrar: apesar do módico dispêndio(5 dias e nem quinhentos paus), a igreja criada goza de privilégios consideráveis.
Não ferindo a lei, pode organizar-se como bem entender; seus ministros religiosos, apontados dentro dos próprios termos da igreja, são isentos do serviço militar obrigatório e tem direito a prisão especial. E o grande X da questão: a igreja tem todo seu patrimônio livre de uma pá de impostos que todos os filhos de Deus não-fundadores-do-templo-divino têm de pagar. É a principal vantagem material da abertura de uma igreja, destaca bem a reportagem.
Ou seja, é um treco que dá muita desconfiança. Quero dizer, há muita conveniência terrena por trás de uma igreja, tanta que fica difícil encontrar a sublime intenção de levar a palavra de Deus, seja qual for a palavra seja qual for o Deus. A vantagem implícita compromete a causa explícita. É como o homem que trai a esposa/namorada com várias outras mulheres, mas garante que só ama a esposa/namorada, enquanto as outras são coisas casuais, só sexo, imperativos incontroláveis do instinto. Enfim, conveniência tanta que só pode dar em suspeita.
E aí, para um ateu como eu (com o perdão da rima), fica a questão de saber onde é mais problemático depositar a fé: em Deus ou em quem fala por ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário