terça-feira, 4 de janeiro de 2011

The Runaways - Garotas do Rock (2010)

O filme The Runaways me deixou um tanto para baixo. E nem foi pela atuação da Kristen Stewart, que dessa vez até consegue convencer. É que descobri que para mim não há nada mais deprimente do que esses filmes sobre bandas que atingem o topo só para caírem lá de cima numa espiral dolorosa de drogas e egos.

E o filme é exatamente assim, deprimente pra burro.

Mas o filme fez mais do que deprimir.

Eu não sabia que existia mesmo uma banda chamada The Runaways e sabia menos ainda que ela foi um marco musical já que era formada totalmente por mulheres. A gente sempre aprende algo. E para complicar, tocavam rock. Imagine só. Garotas tocando rock, o bom, velho e agressivo rock. Isso lá nos idos de 1975.

Aí que o filme dá um destaque no caráter inovador da banda, que se não foi uma revolução completa também não foi algo tão comum assim. Como dizia, um marco.

Quando fui devolver o filme na locadora, o atendente pergunta o que achei. Ora, respondi, gostei. Ainda acrescentei, quem gosta de música também há de gostar. Ele sorriu e para justificar a pergunta me disse que ninguém tinha gostado muito.

Fiquei matutando o porquê. Quer dizer, não é um filme mal feito e, repito, a Kristen Stewart até convence. Além do que, tantas porcarias as pessoas pegam na seção Drama, Romance, Comédia, Aventura ou Terror, e gostam, ou se não gostam, sequer dão-se ao esforço de formar um trabalhoso e cansativo senso de juízo acerca dos filmes. Então por que com The Runaways seria diferente?

A resposta está no próprio filme. É meu palpite.

Mostre garotas com guitarras e baterias, e certamente alguém torcerá o nariz. Pior. Deixe elas fazerem aquele barulho que alguns chamam de rock e cantarem coisas tipo “você me deixa selvagem, oh, você sabe que me deixa”, ou então “sou a vadia com uma guitarra quente” , e pronto, alguém vai tirar as crianças da sala. Continue testando os limites, mostre as garotas cheirando quilos de pó enquanto dão uns amassos aqui e ali, com homens e também com mulheres. Fogueira nelas! A TV há de ser desligada, cedo ou tarde.

Em suma, mostre garotas fazendo o que os homens faziam há tempos que alguém vai se incomodar.

Por ironia, o filme mostrava esse tipo de reação lá na década de 70, e agora sabe-se lá até onde esse desgostar do filme não é a mesma reação perpetuada. Algumas coisas parecem continuar seguindo o preceito de que nem tudo que é legal para os homens é legal para as mulheres.

De todo jeito, o filme é bom. Pelo menos para quem gosta de música. E para os tarados de plantão também: não é sempre que se vê Kristen Stewart beijando Dakota Fanning. Se colocassem essa informação na capa, ah, as locações iam às alturas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário