segunda-feira, 13 de junho de 2016

No Limite do Amanhã (2014)



Quando a Terra é tomada por alienígenas, Bill Cage (Tom Cruise), relações públicas das Forças Armadas dos Estados Unidos, é obrigado a ir para a linha de frente no dia do confronto final. Inexplicavelmente ele acaba preso no tempo, condenado a reviver esta data repetidamente. A cada morte e renascimento, Cage avança e, antecipando os acontecimentos, tem a chance de mudar o curso da batalha com o apoio da guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt).

Esse é o resuminho de No Limite do Amanhã, filme lançado em 2014 e que apela para a clássica dobradinha: ficção científica e ação. 




A inspiração veio de uma light novel japonesa (tipo um mangá) chamada All you need is Kill, que, inclusive, tem publicação no Brasil pela JBC (confira aqui um pedacinho grátis do mangá).


Ok, mas e o filme, vale a pena assistir No Limite do Amanhã?

Bem, a ideia central do filme é ótima... mas absolutamente velha e batida. 

Na verdade, a ideia central já é quase um clichê do cinema. É tanto filme (de ação, de drama, de comédia) com a coisa do dia que se repete que qualquer filme que reaproveite essa fórmula precisa ter algo novo a oferecer, tipo uma carta na manga. E No Limite do Amanhã não tem essa carta não. 
Acordando no mesmo dia de novo, de novo e de novo... mas, de novo isso?
E o filme falha não apenas no repeteco não-criativo de um clichê, como também na sua própria construção. Alguns diálogos e situações tem problemas ou são forçados, como se o argumento principal fosse um quadrado tentando ser encaixado num recipiente menor e redondo.

Isso ficar perturbadoramente notável quando o filme tenta explicar a razão do loop temporal vivido pelo protagonista. É um diálogo tão primário que mais um pouco apareceria uma legenda dizendo 'se liga aí espectador que aqui tá o que você precisa saber'. 

O pior, no entanto, é que o filme não consegue explicar tudo, e o que não é explicado é enterrado em uma sucinta desculpinha evasiva - parece que os roteiristas ou estavam sem tempo para mais explicações ou simplesmente estavam sem paciência. 

Convenhamos que esses tipos de falhas são imperdoáveis em uma ficção científica. 

Todo filme de ficção científica que se preze precisa arranjar um jeito inteligente e suave de explicar as coisas, ou então achar um jeito legítimo de ignorar as coisas que não consegue explicar... mas No Limite do Amanhã não faz isso bem.

É um filme chato?

Não, longe disso. Na verdade, é até gostoso de assistir.

As cenas de ação são bacanas e Emily Blunt casou bem no papel e na parceria com Tom Cruise. Este, por sua vez, repete lá suas caras e bocas de todo filme, mas é preciso admitir que elas geralmente dão certo e portanto o ator também ficou bem no papel. E o ritmo da história, apesar de se basear na repetição de muitos elementos (mesmos personagens, mesmos acontecimentos, mesmos diálogos), consegue se manter bem agradável e pouco entediante. 


Espectadores ocasionais e fãs de ficção científica terão, pelo menos, um entretenimento mínimo. Mas para espectadores mais exigentes o filme pode decepcionar um bom tanto. Vale sim assistir, mas sem muitas pretensões. 

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