E aí que agora é maio e o outono já tá pra lá da metade.
Nessa estação o clima é mais seco, dizem. Só quem não diz é o Outono, que continua chovendo. Se não é chuva é aquela quase-chuva, e os para-brisas dos carros ficam horas e horas cobertos com gotinhas minúsculas, num lento revezar-se de evaporação.
E aí que as chuvas nem pararam e já sou saudade. É a despedida que se anuncia.

E se o zíper não fechar? Não dá pra levar esse mundo velho lá pra vida nova?
E aí que nem sei que vida nova é essa.
Mas sei que indo estarei pensando em voltar. Ou só ficar, pronto. E vai rolar a dúvida se peço desculpas pelos erros ou só digo adeus todo orgulhoso. Hesitar entre seguir partindo ou parar e tentar de novo. Coisas assim.
E aí que a vida vai acontecer sem freios, seja nova ou instantaneamente velha, seja indo ou recomeçando.
É só passar maio, cruzar junho e experimentar o inverno. A vida nova vai chegar abrindo um novo mundo. Se fosse poeta de verdade fazia poesia sobre o desconhecido. Como não sou, só adianto a saudade que terei desse velho mundo que temo, mesmo, não caber todo dentro da mala.
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